Mergulhão-de-pescoço-preto
“Podiceps nigricollis”
Pequena ave aquática da família dos mergulhões, extremamente activa na busca de alimento, quando executa mergulhos sucessivos, sendo um excelente nadador.
Identificação
É um mergulhão de pequena dimensao, com as partes inferiores brancas, e da nuca ao dorso e cauda, pretos, e com plumas esbranquiçadas nos flancos. Possui bochechas brancas, e olho vermelho muito característico e chamativo, isto durante o Inverno. Na Primavera, muda a plumagem para tons mais garridos, com o corpo em tons acastanhados, e o pescoço e cabeça pretos, donde sobressaem do olho penas amarelas longas lindíssimas. Bastante activo, pode ser de difícil localização em águas mexidas dos estuários, devido às suas pequenas dimensões. Idealmente, a sua localização fica facilitada quando observado de um ponto mais elevado que a linha de água.
Abundância e calendário
Este mergulhão é pouco abundante no nosso país, raramente produzindo bandos de dimensões superiores a cem exemplares. Ocorre quase exclusivamente como invernante, tendo sido recentemente descoberto um casal a nidificar no Alto Alentejo. Pode ser encontrado entre Setembro e Março, embora alguns indivíduos possam permanecer algum tempo mais na Primavera.
Onde observar
Ocorre regularmente em estuários, tanques de salinas, lagoas costeiras, e, por vezes, em albufeiras do interior, embora mais raramente.
Algarve – ocorre com regularidade no sapal de Castro Marim, na ria Formosa e na lagoa dos Salgados.
Colhereiro
“Platalea leucorodia”
Identificação
Bastante fácil de identificar, tanto em voo como pousado, sobretudo devido ao seu enorme bico em forma de espátula, achatado na ponta. Quase totalmente branco, de patas escuras, esta grande ave ostenta um penacho na nuca durante a época de reprodução, assim como uma pequena mancha amarela na garganta.
Em voo, a sua cor totalmente branca e o pescoço bem estendido para frente com o bico comprido, tornam-no numa silhueta inconfundível. Os juvenis apresentam as pontas das asas escuras.
Abundância e calendário
O colhereiro associa-se a zonas húmidas, distribuindo-se localmente em açudes, albufeiras e lagoas, ocorrendo também nas grandes zonas húmidas costeiras. Cria nalguns locais da metade sul do território. Ocorre em Portugal durante todo o ano, vendo os seus efectivos reforçados por aves invernantes provenientes de outros países europeus. As maiores concentrações ocorrem durante o Verão e o início do Outono, pelo que a época de maior sucesso na observação destas aves surge de Agosto a Outubro.
Onde observar
Claramente mais abundante a sul que a norte, distribui-se sobretudo pelos grandes estuários e alguns açudes e albufeiras da metade sul.
Algarve – alguns dos melhores locais de observação encontram-se nesta região. Durante a época de cria, a reserva de Castro Marim, onde podem ocorrer bandos de grande dimensão, e o Ludo são os melhores locais. Durante as passagens e o Inverno, para além dos locais antes mencionados, ocorre também na lagoa dos Salgados, na ria Formosa e, ocasionalmente, no estuário do Arade e na ria de Alvor.
Ostraceiro
“Haematopus ostralegus”
As limícolas são um grupo difícil de identificar, especialmente no Inverno, mas o ostraceiro destaca-se das restantes espécies e é fácil de reconhecer, mesmo a grande distância.
Identificação
O ostraceiro é fácil de identificar: preto e branco, com as patas e o bico de um tom laranja avermelhado muito intenso. Em voo é visível uma risca branca na asa e quando em plumagem de Inverno as aves apresentam também um meio-colar branco. Não se confunde com nenhuma outra ave europeia.
Abundância e calendário
Em Portugal, esta limícola de hábitos costeiros é uma espécie pouco comum e com uma distribuição muito fragmentada. No entanto, a sua ocorrência parece ser regular nalguns locais do território nacional. Embora a espécie seja principalmente invernante em Portugal, existem observações de ostraceiros em todos os meses do ano. As observações feitas na Primavera e no Verão deverão envolver indivíduos não nidificantes. De uma forma geral é pouco abundante, embora localmente possam ocorrer concentrações de algumas centenas de indivíduos.
Onde observar
A quase totalidade da população de invernante de ostraceiros concentra-se em meia dúzia de locais, sendo a espécie rara no resto do país
Algarve – existem dois locais principais de observação de ostraceiros no Algarve: a ria de Alvor e a ria Formosa (neste ultimo local esta limícola pode ser vista durante quase todo o ano).
Fuselo
“Limosa lapponica”
Identificação
Ao observador, a característica mais saliente desta espécie é o seu enorme bico, fino e ligeiramente encurvado para cima. O aspecto geral é semelhante ao maçarico-de-bico-direito, diferenciando-se pelo dorso mais malhado, patas e corpo mais pequenos. Em voo, são visíveis mais algumas diferenças, como a cauda barrada e a ausência de painéis brancos nas asas. Na plumagem de Verão, o bico é escuro, assim como o dorso. Nessa época, o macho e a fêmea apresentam diferenças nas tonalidades, sendo o primeiro vermelho-ruivo nas faces, pescoço, peito e abdómen, enquanto a fêmea é mais pálida. Na plumagem de Inverno, apresente uma plumagem acastanhada, com o dorso riscado.
Abundância e calendário
O fuselo é um migrador de passagem e invernante. A população invernante concentra-se quase unicamente em apenas três ou quatro grandes zonas húmidas, enquanto que durante as passagens surge com mais frequência em pequenas lagoas e estuários. O melhor período de observação situa-se entre os meses de Outubro e Fevereiro, sendo esta uma espécie regular junto a grandes zonas estuarinas e sistemas lagunares junto ao litoral. Ocorre também em alguns pauis e rias do nosso território.
Onde observar
Esta limícola encontra-se sobretudo nas grandes zonas húmidas do país, sendo mais comum na metade sul do território. É muito rara no interior do país
Algarve – sem dúvida que a ria Formosa é o melhor local de observação do fuselo, que pode ser observado com facilidade nas zonas lodosas e de sapal como nas proximidades de Quatro Olhos, de Cacela-a-Velha e nas salinas do aeroporto de Faro. Ainda como locais interessantes para a observação da espécie encontram-se a reserva de Castro Marim e a ria de Alvor; ocasionalmente esta limícola aparece na lagoa dos Salgados; na costa ocidental podem também ser visto na Carrapateira e na Ribeira de Aljezur, durante a passagem migratória.
Gaivota-de-cabeça-preta
“melanocephalus”
A silhueta totalmente branca dos adultos permite localizar facilmente estas gaivotas. Contudo, é no mês de Março, quando os adultos envergam a sua plumagem nupcial, que esta gaivota é especialmente atraente.
Identificação
Quando em voo, distingue-se por ser a única gaivota regular no nosso território sem primárias escuras (quando em plumagem de adulto). Durante o Inverno, apresenta um pequeno capucho de penas escuras atrás do olho, bico vermelho e grosso e patas vermelhas. Na Primavera e no Verão, a cabeça torna-se preta, criando um forte contraste fantástico com o bico vermelho. Os juvenis e os imaturos desta gaivota de tamanho médio são mais difíceis de distinguir. Enquanto os juvenis possuem uma característica barra alar preta e uma mancha que envolve o olho, os imaturos são de um branco quase tão puro como os adultos, possuindo apenas algumas penas escuras na ponta das asas.
Abundância e calendário
A gaivota-de-cabeça-preta é uma espécie costeira, que é localmente abundante no litoral sul do território, escasseando mais para norte. Pode formar concentrações localizadas de alguns milhares. Ocorre sobretudo perto da costa, podendo ser também vista em alguns estuários, embora em menor quantidade. Aglomera-se no final de tarde em torno de fontes de água doce, onde se banha. Apresenta-se como uma espécie invernante, cujo melhor período de observação decorre entre Outubro e inicio de
Março, sendo também possível observá-la durante o Verão.
Onde observar
Sendo esta uma espécie de hábitos pelagicos, apenas vem a terra ao final da tarde. A melhor altura para observar esta espécie será assim de manhã cedo e ao fim da tarde, especialmente durante a baixa-mar
Algarve – nesta região ocorre sobretudo no Verão e no Outono e observa-se habitualmente em locais como a reserva de Castro Marim, a ria de Alvor e o cabo de Santa Maria (ria Formosa). Por vezes também aparece na Quinta do Lago.
Fontes:
Conteudo:http://www.avesdeportugal.info/sitriaformosa.html
Imagens:http://olhao.wikipedia.org