O litão, que também é um peixe, é o substituto do bacalhau na consoada dos olhanenses. E deixou de ser o bacalhau dos pobres, como é referido por Patrícia Lima Leitão na reportagem da TVI/CNN Portugal em Olhão.
O peixe é escalado e posto a secar ao sol durante três dias, à moda antiga. Hoje o litão está mais caro que o bacalhau, mas comer litão no Natal é uma tradição muito antiga, que não se perdeu em especial em terra de pescadores, Olhão, terra onde tem sede a Confraria Olhanense do Litão.
Como prato principal na noite de Natal, ao litão seco, um pequeno tubarão ou pequeno cação que se pesca no Mediterrâneo e no Atlântico oriental, é usado, essencialmente, em Olhão, mas há também quem na zona raiana de Faro e de Tavira o confecione para a consoada.
O porto de pesca de Olhão estava, antigamente, repleto de litões pendurados em estruturas montadas pelos pescadores, mas agora é quase impossível encontrar o peixe a secar na rua devido ao receio da intervenção da autoridade que assegura a segurança alimentar e a fiscalização económica, ASAE. A seca do litão à porta das casas dos bairros mais populares de Olhão também desapareceu, uma prática que era tradicional até há poucos anos.
Saliente-se que este peixe é, ainda, muito consumido nalguns locais do sul de Espanha, e há quem o aproveite em fresco, principalmente para fazer caldeirada.