No último Sábado, 1 de Julho de 2023, comemorou-se o 325.º aniversário da paróquia de Olhão, cujas cerimónias tiveram de ser adiadas em 2020 devido à pandemia.
A data ficou marcada pelo lançamento do catálogo “Coleção de Arte Sacra e Inventário do Arquivo da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário de Olhão” e pela cantata em honra de Nossa Senhora da Conceição, na Igreja Matriz de Olhão, pela Orquestra Filarmónica Portuguesa acompanhada por quatro coros.
O Museu Municipal de Olhão acolheu a apresentação do catálogo que mostra a colecção de Arte Sacra e o inventário do Arquivo da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário de Olhão. O projecto engloba a recolha e inventariação do espólio documental da Paróquia e de restauro das peças de Arte Sacra, resultado do trabalho desenvolvido nos últimos anos pelos serviços municipais do Arquivo e do Museu.
Com esta iniciativa pretendeu-se perpetuar para o futuro as peças e os documentos propriedade desta Paróquia e tornar este espólio acessível ao público. Todos os documentos podem ser consultados em formato digital, no site do Arquivo, estando também disponíveis para consulta nas suas instalações. Os registos originais, desde o século XVIII até à contemporaneidade, mantêm-se na Igreja Matriz. O Museu mostra as peças de Arte Sagra, na sua maioria doadas à Igreja, produzidas entre os séculos XVI e XX, estando disponíveis para serem apreciados pelo público.
A cerimónia contou com a presença do presidente da câmara municipal de Olhão, António Miguel Pina e vereadores, dos chefes dos serviços municipais do Arquivo, Helena Vinagre; e do Museu, Hugo Oliveira; do Padre Armando Amâncio, da Paróquia de Nossa Senhora do Rosário e de Paulo Mariz Lourenço, director do Arquivo Distrital de Faro.
O presidente da autarquia referiu “o investimento por parte do Município nesta colecção”. É importante que a mesma “esteja disponível para visita da população, visto ser um trabalho de grande importância histórica e cultural”, realçou o edil.
Paulo Mariz frisou a importância de salvaguardar estes espólios e enalteceu a parceria entre os serviços na execução do projecto. O pároco de Olhão agradeceu todo o trabalho e disponibilidade por parte por serviços municipais, referindo-se ao projecto como “um património que é o espelho da comunidade”.
Os chefes dos serviços de Museu e Arquivo fizeram questão de realçar a importância de trabalhar em equipa: “Não levávamos a cabo este projecto, se não fosse a dedicação dos técnicos do Arquivo e do Museu”. Salientaram também o trabalho de conservação e restauração que foi feito, reforçando que “a exposição é o final da linha, antes há todo um trabalho de investigação prévio, também muito importante”.
A apresentação deste catálogo, que é visto como um instrumento de trabalho e de investigação, juntou arquivistas de outros municípios, investigadores e público em geral.
À noite, a Igreja Matriz de Olhão foi pequena para acolher todos os que quiseram assistir à cantata em honra de Nossa Senhora da Conceição que, sob a batuta do padre António Cartageno, criador e autor da obra, encantou os presentes.
A Orquestra Filarmónica Portuguesa foi coadjuvada, nesta apresentação, por quatro coros: Coral Vozes d’Arte, Coral Vozes da Vidigueira, Coro do Carmo de Beja e Coro da Catedral de Lisboa, aos quais se juntaram os solistas Vera Saldanha, Laura Lameira e Jaime Branco.
Mais de 100 vozes, acompanhadas pela Filarmónica Portuguesa, trouxeram a Olhão a magia da música religiosa, numa noite que ficará na memória.