No 18 de Junho, data do combate da ponte de Quelfes, em que os olhanenses defrontaram e venceram as tropas de Napoleão, vai ser apresentado o livro “Restauração dos algarves pelos Heróis de Faro e Olhão”, peça de teatro que será recriada na altura.
A Associação de Valorização do Património Cultural e Ambiental de Olhão (APOS) apresenta a 18 de Junho (sábado), pelas 16h, na Sociedade Recreativa Olhanense, o livro “Restauração dos algarves pelos Heróis de Faro e Olhão”, uma peça de teatro de Luís de Sequeira Oliva, escrita em 1809, sobre a revolta ocorrida no Algarve, contra as tropas napoleónicas da 1ª Invasão Francesa.
O início da revolta retratada ocorreu em Olhão, em 16 de Junho de 1808, quando os olhanenses travam combate na ponte de Quelfes, defrontando as tropas napoleónicas, revolta que depois se alastrou a Faro e, finalmente, a todo o Algarve.
Luis de Sequeira Oliva foi um dos autores mais prolixos da literatura patriota da época, baseou-se nesta revolta concreta de Olhão por razões que o próprio explica:
“Os habitantes desta para sempre memorável população de pescadores não só tiveram a glória de serem os primeiros que sacudiram o tirânico jugo dos franceses em Portugal, mas a outra não menor de serem os primeiros que, embarcados num frágil esquife, afrontando as procelosas vagas do Atlântico, foram ao Rio de Janeiro noticiar ao nosso amado Príncipe a feliz Restauração de Portugal nos Algarves. Estes sim, são verdadeiros descendentes dos Gamas e Albuquerques”.
O valor da obra, enquanto documento histórico, salienta-se por fazer a análise da revolta algarvia e por acentuar o protagonismo da mulher olhanense na revolta.
O livro reflecte ainda o eco que a revolta teve no País, denunciando também a existência da censura que procurou esconder o colaboracionismo de alguns portugueses de renome.
Edgar Cavaco encontrou esta peça de teatro nos arquivos da Biblioteca Nacional e realizou a adaptação e contextualização da obra.
A apresentação contará com algumas cenas recriados pelos jovens do projecto de expressão dramática ‘Bom Sucesso’ (MOJU), dirigidos pelo ator Fernando Cabral e intervenção António Paula Brito.
A publicação da obra é da responsabilidade da APOS, com edição da editora Licorne apoiada pela da Direcção Regional da Cultura do Algarve e autarquias de Faro e de Olhão.